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6 de setembro de 2011

Quem quer um Banksy na parede lá de casa?

Acabada a chamada silly season eis que aparecem polémicas a sério! Já tinha saudades de uma boa polémica que me fizesse escrever aqui umas linhas e, claro, lançar mais lenha na fogueira.
Foi hoje publicada no Publico online uma notícia sobre mais uma polémica que envolve as obras de Banksy (a polémica à volta das suas obras quase já não é notícia...). Alguém trouxe duas obras suas da Palestina até aos EUA e agora estão à venda numa galeria de Nova Iorque. As reacções não se fizeram esperar e as vozes contra este acto já são mais que muitas.
Ora parece-me que este tipo de polémica é exactamente o que o artista quer! Provavelmente para ele é completamente indiferente se as suas obras estão à venda numa galeria ou não... ele próprio já o fez noutras ocasiões!
Achar que a arte, ou determinado tipo de arte, só o é realmente em determinado contexto não é um ponto de vista recente ou que tenha sido inaugurado com a chamada street art, pois isso acontece há muito com outras obras que são muitas vezes validadas pelo espaço expositivo em que se encontram, e também não devemos esquecer as obras site-specific, cujo Tilted Arc de Richard Serra é o representante maior pela afamada polémica que causou. No entanto não me parece que esta seja uma polémica estéril, pois isso vem, mais uma vez, estender a nossa compreensão sobre os limites da arte.


Penso que do ponto de vista educativo é bem mais interessante a polémica gerada em volta disto do que o acto em si!
E porquê?
Porque os argumentos contra a favor denotam um determinado posicionamento sobre o que é a arte no geral, sobre o que é sreet art em particular, sobre o papel social da arte, sobre o papel social do artista, ou sobre a importância do contexto para a compreensão da obra...
Mas que novas interpretações da obra são geradas neste novo contexto? Esta deslocação da obra com objectivos aparentemente económicos o que nos diz sobre o funcionamento do mundo da arte? Tendo em conta a facilidade com que se reproduzem estas obras de arte (na notícias fala-se do imenso merchandising que existe já em volta das obras) será relevante ter a parede original onde a obra foi pintada?

O que dirão os nossos alunos sobre isto?

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