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27 de agosto de 2011

As Festas do povo de Campo Maior

As Festas do Povo de Campo Maior são um acontecimento único na vida da cidade da raia alentejana.O site oficial do evento http://www.festasdopovo.pt tem como destaque a seguinte frase: "A arte de um povo". Foi isso mesmo que senti quando lá estive ontem. Um povo que decide em plenário quando fazer a festa; um povo que se junta em torno de um objectivo comum, fazendo com a que sua rua seja mais bonita do que as demais; um povo que decide democraticamente o aspecto estético da sua rua; um povo que está na rua, orgulhoso do seu trabalho, a receber os milhares de pessoas que visitam a cidade nestes dias (espera-se mais de 1 milhão); um povo que demonstra um sentido estético surpreendente; um povo que demonstra uma capacidade técnica assinalável, fruto de um saber adquirido ao longo de gerações. Fruto da exposição mediática do evento eu tinha já alguma ideia sobre o que ia encontrar. No entanto, há coisas que as fotos e as reportagens da TV não nos conseguem transmitir, ou melhor, transmitem-nos de uma forma mediada que altera a nossa percepção: refiro-me a todo o contexto da cidade, do seu povo e dos seus visitantes; e à forma como interpretamos e experienciamos tudo aquilo que vemos, e isto só pode ser feito in loco .
Parece-me que esta manifestação estética e artística popular, de grande escala (uma vez que falamos de 104 ruas decoradas) se enquadra em absoluto no campo da Arte Pública.
Penso que o valor educativo deste evento vai muito para lá da sua dimensão técnica ou estética, pois podemos aprender muito sobre os processo de trabalho colaborativo; sobre o que representa para este povo a realização desta festa; sobre o sentido de pertença e de partilha; sobre as motivações e significados das diferentes temáticas de cada rua e sobre as distintas soluções encontradas.
Alguém foi?
Alguém quer partilhar aqui a sua impressão?
O que podemos aprender com estas manifestações populares?


Pode encontrar mais fotos em: http://www.facebook.com/artepublicanaescola

 

3 comentários:

Isabel Catalão disse...

Eu fui. Mas mais do que o espectáculo extraordinário das ruas floridas,o que me impressionou foi pensar no trabalho de equipa que lhe deu origem, nas casas abertas que podíamos ver, nas pessoas sentadas à porta com quem podíamos falar, nos grupos de 2 ou 3 pessoas (de idades bem distintas) que decidiam fazer animação de rua...

Ricardo Reis disse...

Sim, isso mesmo também me impressionou. O que podemos nós aprender disto? será que os alunos de Campo Maior sabem trabalhar melhor em equipa do que os de Lisboa?
Obrigado pelo teu comentário.

Isabel Catalão disse...

Sobre o trabalho em equipa dos alunos não sei, mas fiquei admirada por ver muita gente nova (talvez 16/18/20 anos) na tal animação de rua.
E nas reportagens de TV depois da chuva, tb se via, ainda mais novos implicados no trabalho!

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