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18 de agosto de 2010

Festival BOOM em Idanha-a-Nova

Não raras vezes tenho divulgado aqui no blog iniciativas performativas que se enquadram dentro do espírito ou, se quiserem, do conceito de Arte Pública. Penso que o Festival BOOM é mais um desses exemplos.
Ao ler esta notícia lembrei-me do pavilhão de Tawain na Bienal de Veneza em 2009, onde vi uma exposição do arquitecto Hsieh Ying-Chun que se dedicava a construir casas para pessoas com dificuldades ou que tinham sofrido catástrofes naturais, como os terramotos na China. A preocupação era utilizar materiais que fossem acessíveis (não só do ponto de vista económico como ambiental) e que a tecnologia utilizada fosse dominada pela população, envolvendo-a na construção.
Esta forma de trabalhar colaborativamente parece-me muito interessante e poderá ser um bom mote para realizações com os nossos alunos. Não haverá alguém na redondezas que precise de uma casa? ou de um objecto mais simples, mas que implique a colaboração e o empenho de todos para ser conseguido?...?


Este texto foi retirado do jornal Reconquista (www.reconquista.pt)

Evento acontece de 18 a 26 de Agosto
FESTIVAL BOOM TRAZ MAIS DE 20 MIL AO CONCELHO DE IDANHA
Entre 20 a 25 mil pessoas são esperadas a partir de quarta feira em Idanha-a-Nova no regresso do Festival Boom, uma iniciativa bienal que acontece desde 2002 nas margens da barragem Marechal Carmona e que decorre até 26 de Agosto.
A água é o tema central da edição deste ano, que tal como as anteriores dá grande destaque ao ambiente e à cultura.
"O Boom é um festival de cultura independente e expressão artística que é reconhecido mundialmente pelos seus projectos de sustentabilidade ambiental", diz à Lusa Artur Mendes, da organização.
"É também, provavelmente, o festival em Portugal com o maior número de público estrangeiro", acrescenta aquele responsável, que fixa em cerca de 70 por cento a percentagem destas presenças.
Este ano a organização decidiu limitar o número de entradas, depois de em 2008 o concelho do distrito de Castelo Branco, com menos de 10 mil habitantes, ter recebido 30 mil forasteiros.
As estruturas do festival foram pensadas e construídas de raiz no recinto, num trabalho que começou em Maio e envolveu cerca de mil pessoas de várias nacionalidades.
A música, teatro e conferências continuam a marcar presença no programa, mas a aposta vai este ano para a arte pública e as bioconstruções.
"Temos eventualmente a maior mostra de bioconstrução alguma vez feita num festival na Europa", destaca Artur Mendes.
Alguns dos espaços foram construídos em bambu e cana, mas a organização aproveitou ainda para reciclar materiais utilizados noutros festivais, como o Rock in Rio Lisboa.
Os geradores utilizados no Boom funcionam com óleo vegetal usado, recolhido nas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova e as casas de banho utilizam um sistema de compostagem que dispensa o uso de água.
Os bilhetes para o Boom são vendidos através da internet e de uma rede de embaixadores espalhados pelo mundo.
O festival não tem uma estratégia de marketing agressiva, nem vive dos patrocínios de grandes marcas.
"Não há qualquer logótipo comercial dentro do recinto porque achamos que o entretenimento se deve fazer para as pessoas e não como estratégia de marketing", afirma Artur Mendes.

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