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2 de agosto de 2010

Arte Pública para evocar quem nunca lá esteve...

Estou a fazer um périplo pela Andaluzia.
Umas férias não com o intuito de sol e mar, mas antes um "recorrido" por algumas pérolas do património, a começar logo pelo Alhambra (o qual recomendo desde já uma visita).
Mas o que me faz escrever aqui é outra coisa: é a omnipresença de Picasso em Málaga, cidade onde nasceu e onde viveu até aos 19 anos e... nunca mais voltou!
Por toda a cidade é fácil encontrar pequenas placas colocadas nas fachadas do edifícios a dizer: "Picasso nasceu aqui", "Segunda casa de Picasso", "Colégio onde estudou a irmã do Picasso", "Lugar das tertúlias do pai do Picasso", etc, etc... E, como não podia deixar de ser, há um Museu Picasso (http://www.museopicassomalaga.org/). Está situado mesmo no centro da cidade, num edifício lindíssimo "Palacio da Buenavista" onde estão reunidas mais de 150 obras do artista. Obras não fundamentais ou representativas do seu percurso artístico mas rodeadas de fortes medidas de segurança: as mochilas são inspeccionadas por raios X e as máquinas fotográficas ficam num cacifo; e todos os seguranças vestem um distinto fato preto e têm intercomunicadores (como os seguranças das discotecas).
Mas, apesar de Picasso não voltar a Málaga desde os 19 anos, têm uma estátua sentado num jardim junto da sua Casa Natal (que agora é a "Fundación Pablo Picasso. Museo Casa Natal" - http://www.fundacionpicasso.es/), com o aspecto que teria quando morreu, ou seja, a estátua representa um senhor idoso, sentado num banco de jardim a desenhar (tem um caderno numa mão e era suposto ter um lápis na outra mas já foi vandalizado). Poderia ser até uma evocação poética mas, quanto a mim, resulta um tanto ridículo que se represente alguém num lugar onde na realidade não esteve. Veja-se por exemplo os casos do Fernando Pessoa na Brasileira, em Lisboa: ele costumava lá estar; ou caso do poeta Aleixo em Loulé: ele também costumava lá estar...
Contudo, e uma vez que Picasso lá está (não "de pedra e cal" mas em bronze) mesmo "à mão de semear" não pude perder a oportunidade de tirar uma foto com ele! Fica para a posteridade eu e o meu amigo Picasso... até somos parecidos, não somos?


1 comentário:

Dalaiama disse...

Talvez parecidos no bronze ;p
Hehehe boas férias ;)

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